O POEMA DIALOGADO entre BIANCA e BEATRIZ

 - O Meu desejo hoje tornou-se um segredo,

não daqueles que causem felicidade futuramente,

mas, sim, um castigo que me prendeu atualmente...


- "Opá", não sei se podemos chamar de sentimento

porque o sentimento, com o tempo, desaparece,

mas uma mágoa passada permanece...

A dor não é algo que se descreva

porque, por mais que fales mal dela

e digas o quanto dói, ela não se afeta,

muito pelo contrário, ela afeta-te.

Na realidade, só tu sabes o que sentes

e, por vezes, nem tu própria sabes...


- Se não te ajudas, quem te vai ajudar?

Se não chorares contigo, quem te vai aturar?

Se não confias em ti, em quem vais confiar?

Se nem a ti te aceitas, quem vais "priorizar"?

Se nem contigo própria consegues falar,

com quem vais falar?

- É a tal "cena": por mais que te esforce,

por mais que lutes, por mais que tentes,

se não estiveres em primeiro lugar,

ninguém vai estar.


- Dói muito tentar chegar à perfeição

e não a conseguir alcançar,

porque, na realidade, para os outros,

tanto pensei que tropecei

e agora não me levanto;

é como se algo me prendesse ao chão.


- Mas, sim, por mais que aceites que pessoas vêm, pessoas vão,

o, problema estará sempre não em como tu pensas,

mas como fazes da tua vida uma desorganização...

- Quanto mais pensas, mais tropeças,

quanto mais planeias o teu futuro,

pior os teus planos vão correr;

talvez a técnica seja deixar o tempo decidir se cura a dor ou não.

A desorganização é tanta que até tu te perdes na tua própria solidão... 


- "É pá", "solidão", não; não creio que seja palavra certa,

mas confusão de quê? De pensamentos? De sentimentos?

De desafios que, no fundo, tu sabes que não valem a pena?

Não sei...

Confusão de algo que chamamos de ser humano.

- "Ser humano"? O que, na realidade, significa essa expressão?

Não há definição,

cada um pensa como é capaz,

mas, no fundo, somos todos pele, ossos, músculos, sangue

e uma confusão de pensamentos;

afinal de contas, é a nossa primeira vida,

porque nos julgamos tanto uns aos outros?


-Não nos julgamos,

apenas achamos que é assim;

tu vives de uma forma,

eu vivo de outra,

mas qualquer uma de nós irá morrer no fim...


- "Morte"; a palavra que mais me aterroriza...

Essa nem o destino dirá,

esta vida é incerta, tal como o destino te faz.

- Mas incerta até que ponto?

Ao ponto de chorares sem parar

ou de sorrires sem amar,

de te magoares sem lutar... [...]

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