DIA MUNDIAL DA POESIA E DA ÁRVORE - LUÍS DE CAMÕES


Árvore, cujo pomo, belo e brando,
natureza de leite e sangue pinta,
onde a pureza, de vergonha tinta,
está virgíneas faces imitando;

nunca da ira e do vento, que arrancando
os troncos vão, o teu injúria sinta;
nem por malícia de ar te seja extinta
a cor, que está teu fruito debuxando.

Que pois me emprestas doce e idóneo abrigo
a meu contentamento, e favoreces
com teu suave cheiro minha glória,

se não te celebrar como mereces,
cantando-te, sequer farei contigo
doce, nos casos tristes, a memória.

Luís Vaz de Camões,  (1524 -1580),  Sonetos.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

VISITA DE ESTUDO A NOVA IORQUE COM O APOIO DO INSTITUTO CAMÕES

ACHEI QUE ERAS A MINHA RAZÃO - BIANCA P.

CORTA-MATO ESCOLAR - 07 DE NOVEMBRO