"MÁSCARA DO SILÊNCIO" - BIANCA P.
"MÁSCARA DO SILÊNCIO"
Na cabeça, uma faca fria cravada,
a dor é muda, mas nunca calada.
A máscara o que quero gritar,
enquanto ramos crescem, começam
a sufocar.
Cada galho que brota rouba-me o ar,
como pensamentos que irão ficar,
a lâmina perfura memórias e fé,
mas o mundo não vê, não
quer saber quem é.
Sou jardim de feridas, cicatrizes
em flor,
um teatro de dor, um palco sem
cor.
Na sombra da máscara, busco
escapar,
mas os ramos me prendem,
não posso voar.
A ampulheta sussurra o passar da areia,
tempo que foge, verdade que anseia.
A mente calcula, quer tudo conter,
mas o coração insiste em apenas viver...
O tempo quebrou-se,
pedaços no chão,
cada fragmento guarda uma recordação,
momentos vividos, perdidos no ar,
cacos de sonhos que não vão voltar.
O rosto é palco,
a cera desliza,
um rio de fogo,
a alma agoniza.
No corpo, esculturas
que o tempo consome,
cicatrizes de cera quer não têm nome.
Bianca P.
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